Estrela no Vazio Entupido
Res-existir
A vida é uma oração. Uma sucessão de resistências. Se encontra na linha tênue entre o que perturba e o que insulta. Resistir. Para agir foi preciso resistir. Permitir que um "bem estar" invada a alma, com ar condicionado. Condicionado às lutas. Resistir significa conectar os ouvidos às antenas do futuro. resistir é estar em movimento. O movimento dos olhos desvendando palavras, o movimento apressado dentro de um carro bala, colhendo futuro e derrubando o medo da morte. Quantos quilômetros uma pupila circula por dia? Resistir em voltar atrás. Resistir é jogo.
mundo (de quando eu acreditava na poesia livre)
eu queria praticar o mundo
eu queria ser o mundo
eu queria o mundo mudo
so uma vez
quando a raiz de tudo não era palavra
nem verbo
nada que o valha
eu queria vagabundo
eu queria passear no mundo
eu seria mundo
sujismundo
vagabundo
eu mudo
e raiz
eu queria ser o mundo
eu queria o mundo mudo
so uma vez
quando a raiz de tudo não era palavra
nem verbo
nada que o valha
eu queria vagabundo
eu queria passear no mundo
eu seria mundo
sujismundo
vagabundo
eu mudo
e raiz
você livre
"você nunca sabe se quer
acho que você não quer
se prender
mas mesmo assim
vive numa liberdade presa de não
querer se prender"
ansiedade. buracos no sobreolho. marcas de expressão.impressão de sangue circulando em nome de nada. especialização de 6 anos em ser inútil.sentido de sensibilidade. umbiguismo. Taismo. não faço nada mais do que ler uma mulher explosiva. deve ter alguma relação com sangue. imagino daqui uns anos essa vida desatada. essa mar de lembranças me afogando. o pulmão ficando negro. as posições de ioga todas treinadas na cama, no chão, no sofá, no chuveiro. a dor de não ter nada além das próprias lisergias quânticas de um cerebelo esquizofrênico treinado por canabinoides e personagens amigos.um se aleatório que se dedica a não ser. pode uma coisa dessa produção?
acho que você não quer
se prender
mas mesmo assim
vive numa liberdade presa de não
querer se prender"
ansiedade. buracos no sobreolho. marcas de expressão.impressão de sangue circulando em nome de nada. especialização de 6 anos em ser inútil.sentido de sensibilidade. umbiguismo. Taismo. não faço nada mais do que ler uma mulher explosiva. deve ter alguma relação com sangue. imagino daqui uns anos essa vida desatada. essa mar de lembranças me afogando. o pulmão ficando negro. as posições de ioga todas treinadas na cama, no chão, no sofá, no chuveiro. a dor de não ter nada além das próprias lisergias quânticas de um cerebelo esquizofrênico treinado por canabinoides e personagens amigos.um se aleatório que se dedica a não ser. pode uma coisa dessa produção?
e era nada
eu jogo
ele joga
nos jogamos
to play
play
meu pé de ipê
insiste em porques
aqui fora é aqui fora mesmo
é eu fora de mim
é eu emprestada para
o abismo
é eu imprestável
pra que?
p o é t i c a
eu porética
põe põe tudo de uma vez
me fode me cola na parede
vai vai vai
vai a merda!
é e não é isso de nada não
a musica me entorpece os ouvidos
pra fora é aqui mesmo
raízes dos porquês
há um lugar pra ser sempre meu
eu sei
foda-se mode-on
on on on on oun ominus oun nem
ou me? ou nem? ou si? ou sem? ou si?
me! tu! la!
sempre um fim trágico
um fim
finitus
finitude
um fino
fomos
fones
Afonsos e Taiannes
no ritmono suing letras e bolhas espinafres e laranjas crocos lilases e amarelos rosas adamascadas violetas e acrilegias
embromada encantada encanada envergonhada
nao mais
vergonha de nada nao
bromelhas e açafrões silvestres
ele joga
nos jogamos
to play
play
meu pé de ipê
insiste em porques
aqui fora é aqui fora mesmo
é eu fora de mim
é eu emprestada para
o abismo
é eu imprestável
pra que?
p o é t i c a
eu porética
põe põe tudo de uma vez
me fode me cola na parede
vai vai vai
vai a merda!
é e não é isso de nada não
a musica me entorpece os ouvidos
pra fora é aqui mesmo
raízes dos porquês
há um lugar pra ser sempre meu
eu sei
foda-se mode-on
on on on on oun ominus oun nem
ou me? ou nem? ou si? ou sem? ou si?
me! tu! la!
sempre um fim trágico
um fim
finitus
finitude
um fino
fomos
fones
Afonsos e Taiannes
no ritmono suing letras e bolhas espinafres e laranjas crocos lilases e amarelos rosas adamascadas violetas e acrilegias
embromada encantada encanada envergonhada
nao mais
vergonha de nada nao
bromelhas e açafrões silvestres
domingo no ventila-dor
Em busca de novas perguntas. Meu universo está em transformação. Que bom. Ainda circulam "arte", "politica", "poder". Sentimentos. As pessoas. A estrutura. O amor. A dependência. A verdade. A imitação. Meu quarto fechado. Meu mundo de mil possibilidades. Papéis não lidos. Um corpo forte. Um coração guardado pra mais tarde. Atrás de coisas belas. O óbvio. O nada. A sensação e a realidade. O eu e o outro. O nós. A guerra. A maldade. O instinto.A paranóia. O vazio. A vida que grita, o desejo que se esconde. Onde? poesia para quem? minhas veias escritas na porta do desespero. O Desespero calmo, calminho, como um Leão sonhando com garças e urubus. Como eu mesma numa água gelada. Meu desejo dorme paciente. É um domingo e algo re-começa. Sem se perder, cheio de herança, mas é um domingo e algo me diz que é também o nível zero de uma reta obliqua. Eu e meus segredos estamos de mãos dadas. Eu e minha voz estamos nos encontrando. O canto da voz, o canto do quarto. A espera. É apenas um domingo de janeiro. É apenas uma calma vinda direto do ventilador. É apenas abstrato, concreto, parede e lembrança. É apenas fios, conexão e internet. É o bolso vazio e o corpo cheio. É o ar e o acordar, é o sol, é o cheiro. É o medo sim, não nego. Mas ele também esta dormente ao lado do desejo, se alimentando de pombas brancas sempre que boceja, em silêncio .
cotidianamente vazio de tudo
é manhã. uns cozinham. ou melhor, umas cozinham. outros pensam, falam o que querem, outros são reprimidos, outros presos no cotidiano. o molho esquenta. a gordura queima, a farinha sapeca por aqui e acolá. eu escrevo pra saber onde estou. enquanto escrevo, o mundo gira. para dentro e fora de mim eu imagino como fazer sentir o que daqui não tem sentido. trabalho e oportunidade. ambição. tempo. desgaste.há os livros por aí e minha cachola vazia e sem culpa. não há duvidas por perto. há essa vontade de se fazer sentimento. jogo e ação. e se a gente se despisse todos os dias e fosse pra rua, sem nada?
mãe
Envelheci dez anos com um diploma na mão. Criei prisões em nome da palavra filha. Envelheço dez anos em uma semana. Passeio de mãos dadas com os desafios. Enfrento, idealizo, danço, me canso, me arranco e me dispo. Me amo e me persigo. Envelheço dez anos em segundos. Remoço na corrida. Reencontro no meu útero o umbigo que me deixou no mundo. Me reconstruo e me desatino. Ando. Horizonte de mim, oriente de si, de ser, de sentir. De imaginar. Intensão de sim. Há alguma gravidade no não. Há qualquer liberdade no sim. Desprender. Desapegar. Responder com consiencia. Sim pro destino. Sim a Deus. Sim a nova vida. Dez anos se passaram. Dez anos sem entender. Dez anos sem falar o nome dela. E agora aqui, no meu útero, oxigênio, sem lembrança. Apenas mulher. Apenas ser. Conexão. Meu rosto que envelhece e minha alma que te busca, mãe. E sabe que não há colo que aconchegue. Que não há barriga que seja casa. Há o mundo, há aqui fora. Há realidade. Há um buraco no centro de mim que chama o universo pra dentro de si.
miada
um banho
filme na TV do quarto
plim-plim
chia a antena
- pô, não me venha com clichês baratos, não!
seu ruído grunhento
como abelhas entorpecidas de um cigarro
mais proibido do que tóxico.
vou desligar a TV.
è fogo na lupa.
tem um portão abrindo
minha pala aqui no chão.
interrompo o deslizar da caneta de supetão e
retorno bravamente utilizando o tempo
do abrir
entrar
o portão
caminhar
dar boa noite
e fazer as abelhas da TV entoarem um cântico
irritante e incessante em fá
fala sério
lembrei de um texto
Saudosa Aminésia
como costumam ser esses dias
ou horas de fossa
confusão
deslumbramento do caos
Portishead no som
sensualizando o barulho do ventilador
uma Lua estonteante lá fora
vai passar!
na na na na
uma musica de samba
quase Carnaval
tem a ver com Chico Buarque
safado!
sabe fazer isso como poucos
fodástico
asfixiástico
asmático
tem vezes que me sinto assim
tipo agora
e como se...
ar
pulmão
sopro é força
não me falta
é que as vezes sinto pesado
difícil de engolir a seco
tô ficando velha
perdi o fio da miada
como um gato esganado
uma garganta colada é um
gato esmagado
filme na TV do quarto
plim-plim
chia a antena
- pô, não me venha com clichês baratos, não!
seu ruído grunhento
como abelhas entorpecidas de um cigarro
mais proibido do que tóxico.
vou desligar a TV.
è fogo na lupa.
tem um portão abrindo
minha pala aqui no chão.
interrompo o deslizar da caneta de supetão e
retorno bravamente utilizando o tempo
do abrir
entrar
o portão
caminhar
dar boa noite
e fazer as abelhas da TV entoarem um cântico
irritante e incessante em fá
fala sério
lembrei de um texto
Saudosa Aminésia
como costumam ser esses dias
ou horas de fossa
confusão
deslumbramento do caos
Portishead no som
sensualizando o barulho do ventilador
uma Lua estonteante lá fora
vai passar!
na na na na
uma musica de samba
quase Carnaval
tem a ver com Chico Buarque
safado!
sabe fazer isso como poucos
fodástico
asfixiástico
asmático
tem vezes que me sinto assim
tipo agora
e como se...
ar
pulmão
sopro é força
não me falta
é que as vezes sinto pesado
difícil de engolir a seco
tô ficando velha
perdi o fio da miada
como um gato esganado
uma garganta colada é um
gato esmagado
Duas
horas. Uma hora e cinquenta e nove minutos. Uma hora e quarenta e nove minutos.
Opa. O relógio do computador esta
adiantado. A hora não passa. Eu acordo apressada pra nada. Uma corrida pra agarrar o vento. Agarrar você que não vai
chegar. Facebook. Tormento. Nenhuma das
janelas tem você. Você que sou eu. Que é essa fé que algo de bom esta aqui por
dentro. Nenhuma delas é você. Uma hora e quarenta e três minutos. O que fazer
com tantos segundos? Sinto que minhas sinapses acompanham os ponteiros do relógio
e crescem voluptuosamente me causando stress Sinto veias e fios percorrendo o
corpo e sangue e ódio e nervos e nada de flor. E eu sinto minhas mãos correndo
e minha mente escorrendo e eu aqui no sofá. Uma hora e quarenta e um minutos. Uma frase por minuto. Um
segundo por uma alma errante. Um erro? Uma maçã na boca de um Adão. Uma maçã na
cabeça de um Newton. Já começo o dia bronqueada. Magoa inventada pelo sangue
que escorre pelas pernas. Acordo molhada por esse sangue. Derramada em mim,
perdida do sono sem sonho, descanso leve . O tempo aqui rodando. As mentiras se
repetindo, vivendo na sombra de nós como espectros, como zumbis sem olhos repetindo
os movimentos numa dança infinita. E nós na outra sala, compartimentada,
acreditando na realidade. Vida, nós, os outros, eu e você. Eu e eu! é tudo que há. É essa tensão que me chupa as veias pra
dentro do corpo e se derrama tremendo em tudo que se esvai, que não volta mais,
se escorre de mim pra mim, meus segredos. Uma alma e um pedido de socorro. Socorro
e fé. Sempre que se pede ajuda se manifesta a fé, a fé de que há um outro eu
perdido por algum lugar de mim. O que é mim? Minimamente eu, minimamente o que
eu posso ser no presente. Pra cada pessoa uma pergunta, pra cada pergunta uma reticência Pra cada reticência um silencio. Pra cada silencio uma dança. Pra
cada dança uma semente. Pra cada semente uma vida. Pra cada vida uma pergunta. Pra
cada resposta um não. Pra cada não um novo começo. Uma hora e trinta e quatro
minutos. Não vou te ver mas eu vou ver outro que é você também e essa
esquizofrenia não tem fim.
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