Estrela no Vazio Entupido

Um fim de semana
Fim de noite
Fim de nada
Meio que era eu ou era você
Sem entender
O gosto de nós
Meu silencio em desarmonia comigo
A sós

será problema meu?


a maldade acorda cedo
a maldade mente com clareza
olhos nos olhos acreditando no sua franqueza
falhas marcam o presente
como cicatrizes de um passado que não é seu
a beleza  se embaça num riso de deboche
a alegria é alugada por suaves prestações
brincadeira já não desenvolve a imaginação
a imitação não reconhece irmãos
a maldade corre solta

confiança é um modo de se entregar
confuso com ingenuidade de olhos generosos
os olhos do mundo estão cansados e cegos

crianças fogem de ser boas
fogem de ser amáveis
a liberdade é solidão
a alegria não é sadia
o desejo é doença

 ou sou eu?

Dos leoninos que insistem em rugir suavemente

tudo queimava, mas nada aquecia
Humberto  Gessinger


Há o acaso. Há o encontro, há o que não precisa ser explicado. Há uma dose de cerveja e conhaque na minha mesa. Tem alguma coisa que me acelera por dentro. Tem sentidos a espreita, nos cercando. Tem esse mundo paralelo, intrincado no presente que transforma os instantes na gente. E eu me jogo no jogo do caos e às vezes saio enfeitada de fita, outras nem retorno. Cansei de sentir culpa. Eu já não sei o que é juízo. Existem coisas que são. Sanidade no presente quando o tempo não interfere com seus vassalos passado e futuro carregados de paranoia  culpa e confusão. Tenho uma inclinação para o caos e também uma queda pra coisas que eu tento explicar e explico e verifico na prática pra de novo me perder. Seus olhos, olhos de perigo. Sua boca quente, com certeza, quente. Me investiga por dentro. Olhos que mudam de cor e é como se eu abraçasse o menino que está dentro deles. Crio hipóteses e o presente se perde no meio da mente. Seu fogo freme e ativa a transformação. Sou oxigênio solto no desejo.