Estrela no Vazio Entupido
grande merda essas palavras com ponto final.

Sofia


A lua, rua, neblina em dezembro. 
A cara de Dona Sofia: distância no olhar e pinta de superioridade.
Ela quer saber, ela quer saber de todas as coisas. 
Não é apenas uma questão de informação, não. 
Ação-reagente-reação.
Ela quer saber o porque as pessoas se unem, se olham, se beijam, se amam, se juntam, se constroem e acabam.  Ela abre bem os seus olhos, persegue cada gesto,  palavra, som
Ela não sabe
Não sabe resolver a equação que se movimenta nos olhos apressados em busca de consolo, atenção. 
Não tem segredo, mas ela não vai deixar de procurá-lo.
Não tem mistério, mas ela vai inventá-lo.
Existe algo em ser humano que não sai da sua cabeça. 
Existe algo em crescer, em saber que existe dor pelo caminho e que não é permitido parar
Continua.
Não pode sair se mostrando quando esta vazia. 
E ainda assim, é incapaz de desaparecer. 
Ela que não cria metáforas, se esconde simplesmente.
Mente.
Poder e culpa, caminhando lado a lado, braços dados, passeiam na praça, olham para o jardim. 
Conceitos.
Sofia entende:  Deus é o cara que deu nome as coisas.
A terra gira. O sangue circula. Palavra é ação e caminhar é vida.