Estrela no Vazio Entupido

domingo no ventila-dor

Em busca de novas perguntas. Meu universo está em transformação. Que bom. Ainda circulam "arte", "politica", "poder". Sentimentos. As pessoas. A estrutura. O amor. A dependência. A verdade. A imitação. Meu quarto fechado. Meu mundo de mil possibilidades. Papéis não lidos. Um corpo forte. Um coração guardado pra mais tarde. Atrás de coisas belas. O óbvio. O nada. A sensação e a realidade. O eu e o outro. O nós. A guerra. A maldade. O instinto.A paranóia. O vazio. A vida que grita, o desejo que se esconde. Onde? poesia para quem? minhas veias escritas na porta do desespero. O Desespero calmo, calminho, como um Leão sonhando com garças e urubus. Como eu mesma numa água gelada. Meu desejo dorme paciente. É um domingo e algo re-começa. Sem se perder, cheio de herança, mas é um domingo e algo me diz que é também o nível zero de uma reta obliqua. Eu e meus segredos estamos de mãos dadas. Eu e minha voz estamos nos encontrando. O canto da voz, o canto do quarto. A espera. É apenas um domingo de janeiro. É apenas uma calma vinda direto do ventilador. É apenas abstrato, concreto, parede e lembrança. É apenas fios, conexão e internet. É o bolso vazio e o corpo cheio. É o ar e o acordar, é o sol, é o cheiro. É o medo sim, não nego. Mas ele também esta dormente ao lado do desejo, se alimentando de pombas brancas sempre que boceja, em silêncio .

cotidianamente vazio de tudo

é manhã. uns cozinham. ou melhor, umas cozinham. outros pensam,  falam o que querem, outros são reprimidos, outros presos no cotidiano. o molho esquenta. a gordura queima, a farinha sapeca por aqui e acolá. eu escrevo pra saber onde estou. enquanto escrevo, o mundo gira. para dentro e fora de mim eu imagino como fazer sentir o que daqui não tem sentido. trabalho e oportunidade. ambição. tempo. desgaste.há os livros por aí e minha cachola vazia e sem culpa. não há duvidas por perto. há essa vontade de se fazer sentimento. jogo e ação. e se a gente se despisse todos os dias e fosse pra rua, sem nada?