Estrela no Vazio Entupido

Marcella Thais!

Má! publiquei sua Silvia! é linda! Eu não resisti!


SILVIA

Ela queria entender, somente entender.
Tem dias que é assim,
E ela se importava. Muito!
Fumando um após o outro, se questionava, se aconselhava.
E mesmo... Via seus sonhos espalhados no chão.
As palavras líquidas que escorriam pelo seu rosto sem parar, procurando um timbre...
Tudo tem sentido.
Ela não quer mais sentir!
É livre, mas parece que gosta da dor.
Do amor.
O desprezo, a indiferença não é capaz de destruí-lo por um tempo.
Ela achava que com as lágrimas que saíam sem cessar, o sentimento sairia sem pestanejar.
Enquanto andava, ouvia certos acordes,
Planejava certos cortes,
Tentava algumas mortes...
Nunca em vão!
A cada passo crescia. Mas descia.
Forca que a foca.
Silvia não sabia se fugia, se ria, se persistia.
Quer fumar, quer ir pro mar, quer voltar, quer ficar lá.
Se alivia com suas escrituras e uma dose de álcool com canela.
Para ela, era verdadeiro.
Como o dia que nasce e morre,
a nuvem que corre,
Sombreando Silvia, o seu lamento.
Levando-o com o vento,
(tudo em seu tempo)
Para que no bico de uma águia
Se transforme em tempestade.
Jorre suas falhas, suas dores, grite sua liberdade.
Silvia não quer brincar de vai passar.
Quer que o comum se foda.
Quer fogo no ventre!
Quer que ninguém mais entre...
Seu descontente queima, vira cinza que não polui.
Silvia assobia, e cantava quando chovia.
Mar de amar...
Menina ela.
Pensa... Doce tolice, prefere a canela!