Estrela no Vazio Entupido

Dos leoninos que insistem em rugir suavemente

tudo queimava, mas nada aquecia
Humberto  Gessinger


Há o acaso. Há o encontro, há o que não precisa ser explicado. Há uma dose de cerveja e conhaque na minha mesa. Tem alguma coisa que me acelera por dentro. Tem sentidos a espreita, nos cercando. Tem esse mundo paralelo, intrincado no presente que transforma os instantes na gente. E eu me jogo no jogo do caos e às vezes saio enfeitada de fita, outras nem retorno. Cansei de sentir culpa. Eu já não sei o que é juízo. Existem coisas que são. Sanidade no presente quando o tempo não interfere com seus vassalos passado e futuro carregados de paranoia  culpa e confusão. Tenho uma inclinação para o caos e também uma queda pra coisas que eu tento explicar e explico e verifico na prática pra de novo me perder. Seus olhos, olhos de perigo. Sua boca quente, com certeza, quente. Me investiga por dentro. Olhos que mudam de cor e é como se eu abraçasse o menino que está dentro deles. Crio hipóteses e o presente se perde no meio da mente. Seu fogo freme e ativa a transformação. Sou oxigênio solto no desejo.

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