Não! não! eles não vão me vencer!
Não importa se achem meu cabelo engraçado se me perguntem em tom de brincadeira se eu já penteei o cabelo hoje, se achem minhas roupas excêntricas, não importa se eles achem que meus amigos são viados, lésbicas, tatuados, furados de peircing, não importa! Eles não vão me vencer, nem me aprisionar!
Quer dizer, importa sim! importa eu que eu pense como é que eles comem suas mulheres? se já conseguiram se divertir alguma vez na vida sem ter grana? se já se sentiram perdidos de si mesmo? se já conseguiram ficar despreocupados olhando as estrelas e imaginando de onde viemos, só pelo prazer de imaginar. Se já subiram alto numa montanha e sentiram a vertigem de olhar pra baixo e ainda assim sentindo vontade de se jogar la do alto, só pra saber a sensação de voar.
Importa perceber o medo deles de tudo que é diferente, e a fraqueza deles diante de tudo que não conseguiram alcançar , pois suas mulheres não são como as da novela, que acordam penteadas, o bolso deles tem um fundo ali bem próximo das mãos. Importa saber o que será dos filhos deles, viciados em video game, amarelos por não saber brincar ao sol, doentes de Coca-cola e sem saber subir em árvores. Mas também pra que subir em árvores né? essas crianças sabem bem como apertar botões de elevadores.
Me pergunto se já comeram o rabo de suas mulheres, se as fizeram gemer e tremer de prazer, me pergunto, se essa crianças nasceram de um gozo isolado ou um orgasmo profundo. Me pergunto se eles sabem o que é ter um amigo e não se sentir sozinho com as suas idéias sobre o mundo, que afinal serve apenas como um meio entre nascer e morrer.
Nunca souberam o que é sentir ou pensar por si mesmo por encontrar no outro um pouco desse tal si mesmo?
Vocês me desafiam, a achar uma saída que não seja aquela que destila o ódio e a vontade de mandar todos pra um outro espaço, vocês me desafiam a manter o riso e a alegria, me desafiam a manter a cabeça estudando uma saída, o que é o humano? Seres que já nascem amarrados a outros seres, sim, todos nós, seres que pertencem a gravidade, cheios de gravidez, cheios de duvidas, de desejo, cercados pela morte. Sim, saída? como se houvesse outra coisa, realidade, vida pra álem do que se vê. Acho que tem, porque a gente imagina e crê, e essa crença que na verdade faz a vida, então o problema ta na cabeça, na cabeça isolada do corpo, da presença, do simples fato de que a gente pertence a mundo conectado desde as partículas mínimas das células até as do microcósmo em forma de estrelas.
Ok, eu não tenho resposta, não tenho nada só essa sensação asfixiante. Asfixiante como um riso de um viciado em gargalhar. Já ouvi dizer de gente que morreu de soluço. Não seria possível morrer de riso? agitando todo o corpo por dentro, descolando os tecidos e explodindo as veias numa euforia eterna. Um riso que colocasse o ser na velocidade da luz, em outro plano pra transcender geral...é um sonho, um fim, uma ausência... e essa asfixia generosa que vai consumir a todos.
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